(defensa.com) Os ministros da Defesa do Brasil Celso Amorim, e da Argentina Agustín Rossi, após a cerimônia de apresentação do Embraer KC-390, assinaram um memorando de entendimento chamado Aliança Estratégica em Indústria Aeronáutica (AEIA), objetivando fortalecer os setores industriais de defesa de ambas as nações, o que proporciona o status jurídico adequado para que as autoridades argentinas possam começar a negociar a compra de até 24 caças Saab Gripen NG, uma vez que estes sejam produzidos no Brasil.
Que a Argentina possa a vir fornecer peças para essas aeronaves é uma questão a ser negociada posteriormente entre as partes e bastante propensa a se concretizar. Já integrado ao programa KC-390 o governo Argentino tem a intenção de revitalizar a semi paralisada Fábrica Argentina de Aviones (FAdeA), enquanto seus próprios projetos não se concretizem. O Ministro Amorim admitiu um estudo dedicado de como vir a integrar a Argentina ao programa do caça Gripen, “as nossas intenções são de cooperar com a vizinha Argentina, amiga total”, expressou depois que o acordo fosse assinado na presença dos três comandantes-em-chefe das Forças Armadas e de outras autoridades do Ministério da Defesa, referindo-se também a possibilidade de trabalhar em conjunto sobre temas navais, tais como as futuras OPVs.
A grande questão para integrar a Argentina ao projeto seria a existência de MUITOS componentes do Gripen fabricados no Reino Unido, dadas as relações turbulentas entre Buenos Aires e Londres, exemplificadas com a recente objeção britânica quanto à oferta Israelense por aeronaves Kfir a este país.
Outra incerteza é que, em caso de uma resposta européia negativa para o ingresso da Argentina no projeto, isso possa vir a afetar como um obstáculo o acordo e contrato iminente entre Brasil e Suécia das primeiras 36 unidades do caça Gripen NG. (Javier Bonilla)